Analfabetismo é a raiz da pobreza, uns dos maiores obstáculos para a auto-suficiência econômica. Calcule-se que 900.000 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial, não sabe ler nem possuem os conhecimentos aritméticos necessários para manter um emprego ou conseguir outro melhor. Alfabetizar essas pessoas para que se tornem independentes é uma das armas essenciais na luta contra a pobreza.

Como em muitas partes do mundo a população feminina não tem acesso à educação, esse grupo representa dois terços dos analfabetos do mundo. Por esse motivo, a alfabetização de mulheres terá efeitos muito abrangentes, já que uma mãe que sabe ler ensina seus filhos e ajuda a romper o ciclo de pobreza que aprisiona a família.

Embora 90% dos analfabetos de todo o mundo vivam em países em desenvolvimento, mais de um terço dos adultos em sociedades industrializadas não sabe ler o suficiente para entender receitas médicas ou preencher formulários de pedido de emprego.

A Resposta do Rotary:

Em 1985, o Rotary International declarou que alfabetização básica é uma condição fundamental para o alcance da paz. Assim sendo, foram produzidas várias publicações para ajudar os Rotary Clubs a planejar projetos relacionados ao assunto, sendo a mais recente delas intitulada "Rotary Promove Alfabetização". A ênfase que a nossa organização está dando ao analfabetismo funcional até o ano 2.000, incentiva os rotarianos a envolver-se com todos os aspectos dessa cruzada, ou seja, educação primária, treinamento profissionalizante, formação de professores e ensino a adultos. Recentemente, uma pesquisa indicou que mais da metade dos 29.000 Rotary Clubs do mundo está patrocinando atividades relacionadas ao combate do analfabetismo

Ensino primário:

  • Através de um Programa "Saúde, Fome e Humanidade" (3-H) patrocinado pela Fundação Rotária nos anos de 1987 a 1991, rotarianos da Tailândia e da Austrália desenvolveram um programa que reduziu drasticamente a evasão escolar em uma região problemática da Tailândia, posteriormente adotado pelo governo nacional em vista dos excelentes resultados obtidos

  • Recentemente, O Rotary Club de Dhaka, em Bangladesh, e o Rotary Club de Footscray, na Austrália, lançaram um projeto que utiliza o comprovado método de alfabetização conhecido como Concentrated Language Encounter nas escolas de primeiro grau de Dhaka. O governo de Bangladesh está colaborando com esse esforço financiado por um Subsídio 3-H

  • O Rotary Club de Honolulu-Sunrise, no Havaí, lançou a campanha "Leia para mim" utilizando-se da mídia para incentivar os adultos a ler para seus filhos. Patrocinado pela Fundação desse clube, o projeto foi emulado por clubes em outros seis estados dos Estados Unidos, bem como no Canadá e no México.

  • Na França, os rotarianos criaram o Programa de Alfabetização para Crianças Socialmente Deficientes, através do qual certas crianças de seis a sete anos de idade recebem a atenção de professores particulares. Além disso, foi produzido um manual sobre o projeto para distribuição aos Rotary Clubs do país.

  • O Rotary Club de Masteron South, na Nova Zelândia, distribui livros infantis às mães junto com folhetos que destacam a importância de ler para seus filhos, além de oferecer sugestões de materiais para leitura.

  • Em colaboração com a entidade Working with Hunan Rights Now, o Rotary Club de Lahore Midtown estabeleceu uma escola na aldeia de Kasure. O clube paga os salários dos professores e providencia o material escolar para os alunos que, de outra forma, não teriam acesso à educação.

  • Rotarianos do Canadá e da Índia estabeleceram Bombay Pavement College que alfabetiza e oferece treinamento profissionalizante a crianças de rua. Os alunos recebem empréstimos para iniciar seus pequenos negócios como engraxates, lavadores de carro e reparadores de bicicletas.

  • Os Rotary Clubs de Calcutá estão patrocinando programas de alfabetização de crianças de rua nas favelas e aldeias rurais carentes.

Programa de alfabetização de adultos:
  • Rotarianos da Nigéria estão combatendo os baixos índices de alfabetização entre as mulheres de seus país.

  • Em Osogbo, um projeto rotário oferece diariamente duas horas de aulas para alfabetizar as mulheres e, assim, aumentar suas chances de conseguir um emprego

  • Em Ibadan, os rotarianos coordenam o curso de alfabetização do programa de treinamento profissionalizante implementado pelo Departamento Nacional de Empregos. A Fundação Rotária, um distrito rotário no estado de Alabama, nos EUA, e entidade National Literacy Cooperation estão colaborando com o Rotary Club de Johannesburg, na África do Sul, no estabelecimento de centros de alfabetização de adultos.

  • Nos Estados Unidos, os Rotary Clubs do estado da Geórgia apóiam o Centro de Alfabetização de Adultos Gainsville pagando o salários dos professores, oferecendo bolsas de estudos e obtendo contribuições das empresas locais.

  • Mais ao sul, oito Rotary Clubs de El Salvador estão colaborando com o Ministério Nacional da Educação em um programa de cinco anos de duração que está estabelecendo uma rede de centros de alfabetização onde lecionam alunos de segundo grau de escolas locais, sob a supervisão de professores diplomados nomeados pelo governo.

  • Muitas das soluções encontradas pelo Rotary são bem originais, entre elas podemos citar o programa de alfabetização que tem lugar em um centro de saúde rural patrocinado pelo Rotary Club de Mataram Yogyarkarta, na Indonésia

  • Em Glendora, Califórnia, nos EUA, o clube local criou o Rotary Teacher’s Mini-Grant Fundi que oferece mini-subsídios para incentivar os professores a experimenta técnicas inovadoras.

Livros:
  • No decorrer dos anos, os rotarianos do estado da Pensilvânia, nos EUA, enviaram milhões de livros à África.

  • A entidade Ranfurly Library Service, que já enviou milhões de livros a países em desenvolvimento, é financiada pelos Rotary Clubs da Inglaterra, Irlanda e Austrália.

  • Na Argentina, rotarianos estabeleceram um banco de livros que doa material de leitura às bibliotecas e escolas de todo o país.

 
Alfabetização é a chave para quebrar o ciclo da pobreza

Por Joseph Derr
Rotary International News

13 de junho de 2006

Copenhague, Dinamarca — Em seu pronunciamento, a irmã Ethel Normoyle proferiu que devemos enxergar a “destruição causada pela pobreza e a paralisia resultante do analfabetismo”, e perceber que se ensinarmos as pessoas a ler e escrever estaremos resolvendo uma miríade de problemas interligados. É importante também lembrar que os benefícios da alfabetização podem criar um maior sentimento de auto-estima e abrir o leque de possibilidades de trabalho.

Ethel, freira católica e enfermeira, trabalha nas favelas da África do Sul, perto de Port Elizabeth, e em seu discurso na convenção internacional do RI dia 12 de junho, abriu o caminho para discussões sobre a função do Rotary em quebrar o círculo que conecta pobreza, enfermidades e analfabetismo.

“Há tantos fatores que levam a tragédias humanas, mas o analfabetismo na África do Sul é grande responsável pela pobreza no país e impede o desenvolvimento da maioria de seus habitantes. Alfabetização é a único caminho para afastá-los de condições precárias e aprimorar aspectos pessoais, emocionais, sociais e econômicos”, acrescentou.

Nascida na Irlanda, a irmã Ethel tem trabalhado na África do Sul desde 1972 e na região de Missionvale desde 1998, confortando doentes terminais, limpando ferimentos, ajudando as crianças com suas lições de casa e atendendo mais de 100.000 residentes desta que é uma das áreas mais pobres do país.

Missionvale sofre com falta de saneamento básico, crescente incidência de casos de aids e outras doenças infecciosas e uma taxa de desemprego de 90%, mas com a ajuda dessa caridosa freira, a clínica local foi expandida, sendo capaz de agora atender 170 pacientes por dia.

O Rotary Club de Port Elizabeth West, em parceira com Rotary Clubs de Missouri, nos EUA, tem ajudado a clínica com diversos programas, como fornecimento de sopa em pó e entrega de presentes de Natal às crianças.

Vários rotarianos se comoveram com o discurso, concluído com uma prece singela: “Faça com que as crianças pertençam a um mundo onde não haja dor ou tristeza”.

Em seguida à apresentação, o Presidente do RI Carl-Wilhelm Stenhammar e sua esposa, Mônica, parabenizaram a freira pelo trabalho que está desenvolvendo e lhe entregaram um cheque do Rotary International no valor de US$10.000.

Após o término da sessão plenária, grupos de rotarianos se dirigiram a diferentes salas para discutir como se envolver em projetos de alfabetização, os quais, na opinião da maioria, deveriam continuamente fazer parte das ênfases rotárias. O ex-governador do Distrito 9130, Biodun Odeleye, da Nigéria, comentou: “Se mantivermos a continuidade dos programas de alfabetização, poderemos adaptá-los às necessidades de nossas comunidades e fazer a diferença no mundo”.

Ian Murray, governador do Distrito 9450, na Austrália, mencionou que embora exista um programa de ensino em Perth, na Austrália, conduzido por voluntários, ele tem solicitado aos clubes de seu distrito que se envolvam em projetos internacionais em países em desenvolvimento.

Outros tópicos discutidos incluíram o programa Concentrated Language Encounter (CLE), alfabetização em informática, elaboração de dicionários, melhores maneiras de se doar livros, problemas de alfabetização de adultos, trabalhos com grupos imigrantes, etc.

 
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